Se na escola eu sempre fui um bom aluno, já em termos de formação musical não posso dizer o mesmo. Na verdade, minha educação musical formal é bem precária e se deu de forma irregular, descontinuada. Comecei a me interessar por aprender música somente por volta dos 14 anos, inspirado por alguns amigos de São Vicente que tocavam violão já havia muito tempo, desde a mais tenra infância. Masé, Roberto, Nana, Paulinho, Cláudio: foram eles que me ensinaram os primeiros acordes no violão, em quantidade suficiente para que eu, de imediato, já me arriscasse a compor as primeiras canções.
A bem da verdade, o que sempre me atraiu no aprendizado musical foi a possibilidade de compor. Por isso, nunca me aprofundei muito no estudo e na prática de um determinado instrumento, dando-me por satisfeito quando, com base nos conhecimentos harmônicos recém-adquiridos, conseguia fazer composições, simples no início e um pouco mais elaboradas depois. Estudei um pouco de violão, um pouco de piano e outro pouco de teoria musical em escolas de música. Cantei no Coralusp e lá também tive aulas de técnica vocal. Gaita eu só aprendi por meio de um método prático e rápido, que me deu recursos técnicos rudimentares, mas a possibilidade de inserir um timbre a mais nas bandas de rock em que toquei.
Com o parco conhecimento musical adquirido e o interesse por escrever letras, compus canções sozinho e também em parcerias, um exercício, aliás, que sempre considerei interessante e enriquecedor. Apresento a seguir algumas canções que ilustram parte do que expus até agora.
Na gravação do CD da banda Pé com Pano, me arrisquei, por exemplo, a tocar piano na canção intitulada “Emoção”, que eu havia composto integralmente nesse instrumento. Trata-se de uma canção que eu gostei muito de escrever e tocar, apesar de não ser um pianista. A letra expõe meus dilemas de consciência entre razão e emoção na hora de criar uma canção. Nessa gravação, me agrada muito a cozinha feita pelo contrabaixo de Marcos Puntel e a bateria de Edinho Lopes, sobretudo na hora em que a canção acelera. Execução valente e tabelinha perfeita executada por esses dois craques do rock independente. Sintam o pique!
Quanto às parcerias, nesse mesmo CD, pude criar solos de gaita em duas canções feitas junto com outros compositores: “Ônibus transcontinental”, minha e de Paulo Sá, e “Black Blue”, composta por mim, Sérgio Brisola e Paulo Sá. Ouçam o resultado dessas criações.
Pelo fato de tocar gaita em covers e composições próprias, também cheguei a receber convites para participações especiais em canções de amigos. É o caso de “Todo o tempo”, de autoria de Gabriel Alonso e Hugo Sinisgalli, gravada pela banda Kane, na qual tive a intenção (não sei se bem realizada) de remeter o solo de gaita para o movimento de um trem. Confiram!
Espero, mais uma vez, que vocês possam curtir e se divertir!
Abraços,
HF.